segunda-feira, 29 de outubro de 2012

DUPLA HONRA

Eu me lembro que quando eu era criança, no ensino primário, hoje fundamental, eu tinha problemas com os meninos da minha idade; quase todos os dias eu apanhava deles, geralmente era de mais de um menino. Também!!! Eles tinham quase 2 metros de altura! Eram quase gigantes pra mim, ou pelo menos pareciam ser. Eu ficava apavorado na hora da saída, eu tinha medo, eu tinha muito medo! Então teve um dia que resolvi enfrentá-los, mas me dei muito mal... a tropinha se ajuntou e eu levei outra surra! Voltei pra casa arrasado e ainda por cima, arrastado, arrastado mesmo, dois  “colegas” me levaram pra casa eu fui chorando. Ai o tempo passou eu cresci, cresci muito brigão, mas nunca mais apanhei, pelo menos sozinho... kkk. Mas hoje, pensando nisso percebo o quanto aquilo foi importante pra mim, eu tinha vergonha, medo e receio de sair na rua! Mas hoje vejo a diferença. Aqueles meninos não sabiam, mas me ensinaram a ser verdadeiro com as pessoas, ser amigo fiel – pois quando surgia uma briga, meus “amigos entre aspas” fugiam e fingiam nem me conhecer, na primeira oportunidade eles caiam fora. Mas foram aqueles meninos que me batiam que me ensinaram a ter caráter, ensinaram a não classificar as pessoas pelo que elas têm ou pelo que elas podem me oferecer, porque eles me odiavam simplesmente pelo fato de eu ter uma calça legal pra usar ou um sapato da moda pra calçar. Meu pai, graças a Deus, tinha condições pra comprar, ele fazia o que podia, mas por minha aparência de mauricinho, aqueles meninos me desprezavam. Mas eles me ensinaram a amar!  Eu cresci pensando: Nunca vou ser como eles! Nunca vou rejeitar ou aceitar uma pessoa na minha vida por puro interesse, eu não tenho esse direito, eu quero amar as pessoas independente de qualquer coisa! Hoje olho pra trás e vejo o quanto eles retrocederam, eles devem ter minha idade e devem ter filhos que já estiveram na pré-adolescência numa vida frustrada e longe de Deus. Penso que Deus, na Sua sabedoria, permitiu que eu tivesse essas experiências para que logo cedo eu pudesse ter maturidade. Penso que Ele queria me ensinar algo, mostrar que é exatamente dessa forma no mundo espiritual, o diabo muitas vezes quer me dar uma surra e quase que todos os dias, só que eu não desisto e nem sinto tanto medo assim como eu sentia na infância, da mesma forma que eu não podia deixar meu medo me dominar naquela época, porque eu precisava ir para escola todos os dias.
Hoje encontro forças pra continuar porque preciso de Jesus todos os dias, e ainda que o inferno tente, ainda que ele coloque medo no meu coração... entendo hoje que essas lutas e provações foram permitidas para que eu possa aprender algo sobre o reino. E assim como minha mãe me dizia todas as manhãs: Filho, eu sei que você não quer ir, eu sei que esta assustado, mas você precisa porque se não, não vai ser ninguém na vida! Você precisa continuar... Confie em mim! Deus também me diz: Filho, eu sei o quanto é difícil, eu sei o quanto dói, mas você precisa continuar, no lugar da vergonha te darei dupla honra, confia em mim eu quero que você aprenda mais sobre o reino! Eu sou contigo.
Conheço a fidelidade de Deus. Porque no lugar da vergonha Ele me deu dupla honra! Eu, Edilson Diniz Marques de Melo, não tenho boas lembranças da minha infância, mas em compensação criei um caráter integro diante de Deus!

sexta-feira, 19 de outubro de 2012

MUITO PRAZER, EDILSON - O PARALÍTICO DE BETESDA


João:1-15 – “DEPOIS disto havia uma festa entre os judeus, e Jesus subiu a Jerusalém. Ora, em Jerusalém há, próximo à porta das ovelhas, um tanque, chamado em hebreu Betesda, o qual tem cinco alpendres. Nestes jazia grande multidão de enfermos, cegos, mancos e ressicados, esperando o movimento da água. Porquanto um anjo descia em certo tempo ao tanque, e agitava a água; e o primeiro que ali descia, depois do movimento da água, sarava de qualquer enfermidade que tivesse. E estava ali um homem que, havia trinta e oito anos, se achava enfermo. E Jesus, vendo este deitado, e sabendo que estava neste estado havia muito tempo, disse-lhe: Queres ficar são? O enfermo respondeu-lhe: Senhor, não tenho homem algum que, quando a água é agitada, me ponha no tanque; mas, enquanto eu vou, desce outro antes de mim. Jesus disse-lhe: Levanta-te, toma o teu leito, e anda. Logo aquele homem ficou são; e tomou o seu leito, e andava. E aquele dia era sábado. Então os judeus disseram àquele que tinha sido curado: É sábado, não te é lícito levar o leito. Ele respondeu-lhes: Aquele que me curou, ele próprio disse: Toma o teu leito, e anda. Perguntaram-lhe, pois: Quem é o homem que te disse: Toma o teu leito, e anda? E o que fora curado não sabia quem era; porque Jesus se havia retirado, em razão de naquele lugar haver grande multidão. Depois Jesus encontrou-o no templo, e disse-lhe: Eis que já estás são; não peques mais, para que não te suceda alguma coisa pior. E aquele homem foi, e anunciou aos judeus que Jesus era o que o curara”.

Dia 08 de abril de 2011, uma sexta-feira comum. À tarde, depois de um dia todo esperando dar bons resultados no trabalho, dou uma espreguiçada para alongar o corpo e uma fisgada na perna esquerda, seguida de uma tremenda dor lombar que se estendia por todo o nervo ciático em direção ao dedão do meu pé, não deixou que eu me movesse mais, e ali mesmo, no sofá da sala, fiquei por horas e horas gemendo como nunca gemi em toda minha vida. Cheguei a me perguntar, num certo momento de menos intensidade da dor : “será que é assim o gemido inexpremível do Espírito Santo que descreve minha bíblia?”

Mas, como sou um ex-soldado do Exército Brasileiro, superior a dor – pelo menos era isso que insistia em dizer meu saudoso sargento Pinto nos saudosos tempos do CPOR de São Paulo – fui tomando por conta e risco, um comprimido de Diclofenaco de 100 mg a cada 12 horas, e mesmo assim, a dor não passava, chegando a ficar insuportável, cinco dias depois, quando na madrugada da quarta-feira, dia 13 de abril, uma ambulância paga pela minha primeira ex-mulher, chegava em casa para me levar aos “alpendres” do Hospital do Mandaqui, que a partir de agora, chamo de Poço de Betesda.

Ao chegar naquele lugar e me deparar com uma multidão de enfermos, atropelados, baleados, esfaqueados, permaneci numa maca fria num corredor superlotado, por toda a manhã, tarde, noite, madrugada e quase todo o dia seguinte, sofrendo intensas dores, as quais só aumentavam a medida que o tempo ia passando, até que depois de tanto orar a Deus, senti como que se Jesus me perguntasse se eu queria realmente ser curado... Era uma voz que vinha de tão longe, que nem percebi que já havia mais de 36 horas que estava ali esperando uma vaga na enfermaria... É claro que eu quero, mas tudo conspira para que eu permaneça esperando aqui neste lugar tão sofrido. Mais tarde, bem mais tarde, ou melhor, 23 dias depois eu entenderia o que eu chamo de “quase dicotomia” entre 36 horas e  38 anos de sofrimento, entre eu e o paralítico de Betesda, respectivamente.  Nos 23 dias em que passei na enfermaria do setor de neurocirurgia daquele “poço de Betesda” de minha vida, pude experimentar as maiores dores que já enfrentei, as quais podem não se compararam às dores de muitos outros enfermos, e muito menos, às dores que Jesus Cristo sofreu por mim, mutilado de toda maldade humana, pesado de tantas enfermidades, dilacerado, juntas quebradas, seu precioso sangue vertendo... Ó meu Deus, eu Te louvo pelo amor e pela misericórdia que tivestes por mim, dando Teu filho amado para morrer por causa dos meus pecados. Eu, pelo menos, depois de tantos “tramais”, “tilex”, “dipironas”, “amitris”, “diazepans”, “amplickitis” e por fim, doses duplas de morfina, conseguia obter algumas poucas horinhas de sono, mas e o meu Senhor Jesus? Somente vinagre fora oferecido a Ele...

Lembro-me que depois das diversas radiografias da coluna, ainda fui submetido à uma tomografia, e por fim à uma ressonância magnética, que não lograra êxito na primeira vez, porque como as dores eram intensas,  eu não conseguia ficar imóvel dentro daquela máquina horrível e por isso o exame teve que ser cancelado. O inimigo de nossas almas se aproveitou disso e começou a me assustar, colocando em minha mente que eu estava com um tumor maligno na coluna. Fora então marcado uma nova tentativa depois de uma semana de sofrimento, à qual eu seria submetido, mas dessa vez à base de sedação, pois só assim seria possível obter o resultado da ressonância. Para honra e glória do nome Santo do Senhor Jesus, o diabo levantou-se para mais uma vez cair. Deus seja louvado!

Cada agendamento para a cirurgia da hérnia de disco da quarta vértebra que comprimia meu nervo ciático, era uma esperança para mim, e eu glorificava a Deus, pois muitos outros enfermos ficavam mais de cinco dias esperando nos corredores lotados do meu “poço de Betesda” para subir à alguma enfermaria em busca de uma cura.  Mas, como o Hospital do Mandaqui é um nosocômio de referencia na zona norte da capital de São Paulo, outros casos considerados como mais urgentes que o meu, passavam na minha frente, exatamente como acontecia com aquele paralítico de João 5.

Foram três agendamentos frustrados... Sempre tinha alguém que merecia ser operado antes de mim... E as dores aumentavam a cada noite... Lembrei-me também de todo sofrimento de Jó, que depois de perder tudo, Deus permitiu que o diabo tocasse na sua saúde... Assim, como Jó, e graças a Deus eu tenho uma mulher tão diferente da mulher dele, não pedi a Deus para que tirasse minha vida, mas me lembrei que quando aceitei Jesus como meu Salvador, eu pedi a Deus, que se algum dia eu traísse minha mulher, que Ele não permitisse mais que eu vivesse... E a partir daí, tudo foi ficando claro pra mim... A bíblia diz que o salário do pecado é a morte! A morte é a conseqüência, e eu já estava me preparando para isso.

Mas parecia, amados, que em cada espasmo, Deus estava me dizendo : Filho, você fez um voto de tolo, você adulterou... Eu poderia pesar minha mão sobre voce e acabar com sua vida, como você me pediu, mas que lição você aprenderia? Hoje eu quero que você sinta a dor que eu senti quando você falhou em seu voto, quando você fez a Jô sofrer... Sou um Deus de justiça e também sou misericordioso e perdoador, mas ainda que Eu tenha lhe perdoado, a conseqüência do pecado é você quem tem que enfrentar...

No dia 05 de maio, quinta-feira, fui operado. Pouco menos de um mês vivendo esse martírio, dia após dia... Na sexta à tarde, um dia depois da cirurgia, o médico que me operou, que eu nem conheci direito, passou cinco minutos no meu leito e me disse que se eu me sentasse e andasse, no dia seguinte, ou seja, no sábado, me daria alta hospitalar. No mesmo momento eu disse à ele – é agora doutor! Ele segurou minha mão direita e com energia disse em alto e bom tom, pra que eu e minha esposa escutássemos juntos – LEVANTA E ANDA!!! Eu consegui levantar, mas não andei... Estava fraco demais... Fiquei tonto e voltei a deitar-me.

Mas para honra e glória de Deus, no dia seguinte, 07 de maio de 2011, no tão ansiado sábado, véspera do dia das mães, recebi a alta, sem mesmo ter andado, como esperado. Minha coluna trará a marca do meu pecado numa cicatriz de, mais ou menos, quinze centímetros, mas o que eu nunca mais esquecerei foi o que o Espírito Santo fez comigo na madrugada de domingo, dia 08, no quarto que minha tia Aurea ofereceu-me para que eu passasse a primeira semana de minha convalescença – uma experiência sobrenatural que vou narrar agora: 

Duas horas da madrugada, acordo repentinamente, olho para o lado e sinto um alívio ao ver que minha querida Jo dorme depois de tanto cansaço e sofrimento... Como que num turbilhão louco sou arremessado em espírito para um lugar onde só eu e o Espírito Santo ficamos. Eu não O via, nem tampouco O ouvia, mas sabia que era Ele. Era como uma comunicação telepática.

E naquele lugar, em “flashes” super velozes, Ele me fez ver o pecado de Adão e Eva e como Deus procedeu sacrificando aquele pequeno animal... o primeiro pecado expiado com sangue; me fez ver como a humanidade era nos tempos de Noé – tão semelhante aos dias de hoje; me fez ver a libertação do povo hebreu do Egito e toda sua travessia no deserto, a aliança da Páscoa dos judeus, a construção do Tabernáculo e cada detalhe de seus componentes e cores; vi a nuvem que os cobria durante o dia e a coluna de fogo durante a noite, suas lutas para conquistar a terra prometida à Abraão; vi toda idolatria e rebeldia daquele povo desobediente que teimava em virar as costas para as maravilhas que Deus fazia.

O Espírito Santo me fez ver passagens da bíblia que eu ainda não conhecia, como por exemplo, a vitória de Gideão e os seus trezentos homens valentes sobre os midianitas, e culminou essa viagem mental ou espiritual, ou sei lá como eu poderia chamar, na morte e ressurreição de Cristo... Eu pude ver nitidamente Cristo estabelecendo uma nova páscoa, a Páscoa Cristã, na véspera de sua morte, a qual passou a ser celebrada por aqueles que são salvos por ele, com sua última ceia. Pude ver a sombra do Calvário e pude entender todo o Seu sacrifício por conta de pecados que Ele não cometeu, e assim, como acontecera no primeiro sacrifício pelo pecado de Adão e Eva, o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo, conforme anunciava João Batista, morreu, ressuscitou, vive e em breve virá buscar a Sua noiva, a Sua igreja, ou seja, nós, os salvos pela fé em Cristo Jesus.

Já eram cinco e pouco da manhã, quando a Jo, interrompeu meu transe, indagando o que estava acontecendo. Lembro de termos ralhado um com o outro e resolvi dormir, sem entender aquele mistério ainda. Foi quando novamente, o Espírito Santo, me levou com todo o carinho, e aí eu já estava gostando de todo aquele passeio bíblico, ao capítulo 5 do Evangelho de João, onde foi ministrando, verso por verso, a passagem que lemos no texto introdutório, a qual já me fora entregue dias antes de minha cirurgia, pelo querido irmão Alexandre Campos, cujo mistério eu ainda não tinha entendido até onde se aplicava a mim. Então, aquela ministração tão gostosa e esclarecedora perdurou até sete e vinte da manhã, quando fui arremetido da cama e comecei a andar pelo quarto como um psicopata, glorificando e chorando, até que me lembrei que, no final daquela ministração, o Espírito Santo, instruiu-me para que eu fosse pessoalmente agradecer a nove mulheres – mas por que nove? Que mistério é este?

Porque nove mulheres foram fundamentais para minha vida durante o período em que estive naquele hospital – minha mulher, minha sogra Juju, minha tia Julia, minha filha, minha ex-sogra Maria Lucia, mãe de minha primeira mulher, minha primeira mulher, minhas amigas Raquel Zerbinatti e Miriam, e por fim, minha tia Dirce. De pronto, liguei as sete e vinte, para Tia Julia, e compartilhei com ela, aos prantos de alegria e espanto, toda a experiência que tinha passado.  As demais fui visitando aos poucos naquele mesmo dia, só não consegui ver tia Julia, tia Dirce e minha sogra Juju, mas também não agüentava mais, afinal não se completara nem 24 horas que tinha recebido alta hospitalar, mas em nome de Jesus, fui  vê-las assim que estive mais recuperado.

Mas voltando, ainda naquela manhã, peguei no sono mais ou menos sete e meia, e sonhei um sonho horrível, onde via muitas prostitutas, muita sodomia, muita pedofilia. Acordei assustado e pensei que era obra do diabo, mas ao contar pra minha mulher o que sonhei, ela me disse com muita sabedoria e propriedade – Edilson, Deus não vê só as coisas boas que fazemos. Voce fez muitas coisas erradas na sua vida. Deus está te mostrando o que o diabo pode te oferecer pois ele conhece o teu ponto fraco. Esse sonho é um incentivo à que você permaneça vigilante, se revista da armadura do cristão descrita em Efésios 6, sujeite-se a Deus, e resista ao diabo, e assim como diz a Palavra, ele fugirá de você. Eu Te glorifico Grande Deus, pela vida da minha amada Jo.

Voltando ao Paralítico de Betesda, pude finalmente entender o quanto os fatos narrados na passagem em referencia, se referem à minha vida, a cada vez que leio João 5 a Palavra se renova, pois Jesus falou pra mim – Vá e não peques mais para que algo pior não sobrevenha sobre Ti.

Quero compartilhar com todos os que me são caros, os judeus, como eu, que professam o mesmo amor ao mesmo Deus que eu - vejam por si mesmos o quanto cada versículo veio de encontro à minha pessoa:  Em Jerusalém há, junto à porta das ovelhas, um tanque, chamado em hebraico Betesda, o qual tem cinco alpendres - como no Hospital do Mandaqui, pelas suas características construtivas. Neste local ajuntava-se muitas pessoas, com variedades de doenças e todo os tipos de enfermidades - é o pronto-socorro super-hiper-lotado. Este tanque era usado para lavar as ovelhas para serem sacrificadas ao altar de Deus, como sacrifício para pagar os pecados do povo. E essa multidão de enfermos ficava ali esperando um anjo de Deus - o médico, o cirurgião - para mover as águas, e serem curados de suas enfermidades, e o primeiro que ali mergulhasse, era sarado da sua doença.

Ali estava um homem que há trinta e oito anos - eu esperei por aproximaddamente 38 horas, esperava que alguém lhe colocasse no tanque – o meu tanque era o centro cirúrgico, porque não conseguia levantar-se, andar, muito menos mergulhar - era minha situação, eu não conseguia sair da posição horizontal.

Jesus vendo isso: E sabia que ele estava neste estado há muito tempo. E disse-lhe; queres ficar curado?… Mas que pergunta estranha! Porque, após trinta e oito anos de sofrimento, e de espera, nada mais natural do que pensar que é só isso que o homem poderia querer.  Mas esta pergunta, no entanto, tinha varias razões de ser feita: Era necessário que Jesus despertasse nele novas esperanças. A fé seria necessária para receber a cura. Para despertar a fé Jesus exigia que a pessoa a ser curada tivesse fé. É o propósito de Jesus em curar o corpo,e transformar a alma, enquanto vivia na terra – a fé. Ele é o Salvador, e, como tal, requeria a fé, como elo (uma aliança com ele) espiritual.

Notem que a cura neste caso foi acompanhada de uma advertência ao homem, no verso 14, que deixasse de levar a vida de pecado, que fora a causa da sua aflição. Meus amados, eu cometi adultério e muitos conhecem esse triste fato na minha vida - eu pequei contra Deus, contra minha carne e contra minha mulher, que é minha carne. Para testar a sinceridade do desejo, quando Jesus pergunta ao paralítico se queria ser curado, a pergunta era sincera e real, porque é uma verdade – existe muita gente que não tem este desejo porque teria que ter um compromisso e tomar uma atitude vertical para sobreviver neste mundo. Portanto, muitos existem que preferem ser doentes. A pergunta significa: “Você está disposto a ser restaurado mesmo? Há uma condição -  você quer assumir as responsabilidades da vida sob uma nova ótica – a ótica de Cristo e Seus ensinamentos?” Jesus alimentou as multidões e Se sentia decepcionado porque poucos perceberam ser Ele pessoalmente o Pão enviado do céu para nutrir as almas humanas, curar os pilares, levantar as colunas dos templos, os vasos doentes e rachados, fazer ver os cegos, demonstrando assim a Sua Luz no mundo, ressuscitando Lázaro dentre os mortos, mostrando que Ele seria e é a ressurreição e a Vida.

Muitos queriam chegar até Ele porque ele multiplicou os pães e os peixes, e o que eles queriam era apenas o pão material, como acontece hoje em dia, infelizmente, dentro de muitos templos evangélicos, porque o povo busca por uma palavra que lhe exalte e não a Deus, o povo busca um emprego que lhe traga bons rendimentos, tesouros que se acabam com o tempo; procuram por cura rápida e então, um abraço – fui.... e talvez seja esse um dos motivos pelos quais muitos não estão congregando em nenhuma igreja. Talvez seja o medo da apostasia.

Jesus operou um milagre em mim que demonstrou mais uma vez ser Ele Aquele que opera a vontade divina em restaurar a vida e a saúde, e assim como naqueles dias, os judeus  - o povo que se chama pelo “Meu nome” - queriam matá-lo por operar curas num sábado! Eu obtive minha alta hospitalar no sábado – coincidência ou “jesuscidência”?.  Meus amados irmãos, foi coincidência ou foi Jesuscidência quando o médico me disse, na véspera da minha alta – LEVANTA E ANDA!!!!!????? Amados, nós temos que estar sensíveis à Deus, pois Ele fala com a gente através de outras pessoas também. Ele usou uma mula pra falar com Balaão, por que não usaria o médico pra falar comigo?

O Filho de Deus oferece a fonte de água que foi aberta para a casa de Davi para remover o pecado e a impureza. Zacarias 13: 1 diz “NAQUELE dia haverá uma fonte aberta para a casa de Davi, e para os habitantes de Jerusalém, para purificação do pecado e da imundícia”. Aquelas águas da fonte de Betesda se moviam somente a certos momentos, mas Jesus Cristo está disponível a todo o tempo.  Quando as águas eram agitadas pelo anjo, somente a pessoa que chegou primeiro teve a cura. Na expiação de Cristo, porém, o mundo inteiro está sendo convidado a entrar de uma só vez.

Hoje, como um ferido acometido de abuso espiritual por lideranças que visam seus próprios interesses e usam o nome de Deus em vão para conseguir seus intentos, vejo que não só os hospitais públicos, mas as igrejas estão como o tanque de Betesda - cheios de enfermos, mas encontram-se paralisados, sem os movimentos das águas, esperando alguém para movimentá-las.  Muitos crentes hoje estão tão enfermos quanto eu estive. Estão tão fracos espiritualmente.  Na prática não têm fé em Deus, suficiente para receberem o milagre da transformação, que fariam deles obreiros fortes na causa de Deus.

Este milagre que Deus fez na minha vida demonstra que há caminho à saúde mais curta do que a mera freqüência fria das cerimônias das igrejas.  É a palavra de Jesus Cristo que precisam ouvir. Não querendo alfinetar os pentecostais e nem os neopentecostais, e muito menos crentes tradicionais, mas muitos têm esperado por muito tempo ao lado da fonte chamada Batismo no Espírito Santo. Eu posso afirmar que a experiência sobrenatural que eu vivi naquela madrugada de domingo era, digamos assim, o meu batismo no Espírito Santo? Se pra muitos pode não ter sido, pra mim posso dizer com convicção, não precisei falar em línguas estranhas,mas com certeza, senti o fogo do Espírito, senti as águas da vida fluírem dentro de meu corpo, descendo por toda minha coluna e minha perna esquerda até a ponta do dedão do meu pé. Glórias à Deus!!!!

Muitos ficam vendo os movimentos das águas se agitarem e outras pessoas entrarem nas águas, receberem a benção, enquanto outros se sentem secos e sem poder. O que importa na vida cristã é ouvir a voz do Filho de Deus.Temos ouvido Sua voz recentemente? QUERES SER CURADO?  Outros com medo de surgirem, novas exigências morais não querem ouvir.  QUERES SER CURADO? . É uma pergunta, que significa: “Queres ser capacitado para o que há de mais puro e nobre na vida?”. Jesus continua falando ao nosso coração:”Queres ser santificado?”. Queres ser forte espiritualmente?. Queres ser plenamente consagrado? . O que é que nos impede de responder “sim”?

Quando Deus manda, Ele capacita. Por isso, o Espírito Santo me ordenou para que eu fosse agradecer pessoalmente aquelas mulheres!!! Ele queria me testar? Só sei que mesmo recém-operado, eu fui capacitado.  Fui e voltei e não senti dor, apenas cansaço.

O homem junto ao tanque estava totalmente incapacitado, quando, porem, Jesus disse: “Levanta-te, toma tua cama e anda”, obedeceu e andou e foi o que fiz quando o médico me ordenou! A fé que se explica em Jesus, e o ponto de vista, que, por mais difícil ou mesmo impossível seja a tarefa, o Senhor nos capacitará a cumprirmos a Sua vontade. E tenho certeza que se fizermos a vontade do Mestre, descobriremos que a nossa capacidade está à altura deste nosso desejo, e que as nossas forças bastam para o cumprimento do dever. Se dará o que você determinar, e se cumprirá o que você desejar” .

“Toma o teu leito” - O paralítico curado pode talvez ter pensado: agora me sinto bem, mas não sei por quanto tempo vou me sentir assim; seria melhor deixar a minha cama aqui, caso venha a precisar dela mais tarde. Seja como for, tal pensamento foi rapidamente expulso mediante a ordem: “Toma teu leito”. Isso significa que o homem não devia tomar provisões para uma possível recaída. Isto é confiar na Palavra de Jesus. O Senhor para dar mais força e clareza a esta instrução, disse: Olha, já estas curado; não peques mais, para que não te suceda coisa pior.

Meus queridos irmãos, o diabo é muito mais forte do que eu, mas eu tenho um Deus que é muito mais forte que ele, e é Nele que eu me fortaleço quando estou fraco.  E o diabo vai insistir em tentar, em tentar, mas eu vou resistindo, resistindo, porque maior é Aquele que está em mim. Oh, Glória a Deus!

Essa enfermidade pela qual passei me ensinou muito a respeito do que a Palavra diz em Romanos 8 :28 – “...todas as coisas cooperam para o bem daqueles que amam a Deus...” Mas há uma condição “sine quae non” para que as coisas colaborem para o bem da gente – é amar a Deus!!!!  Tem duas coisas que Jesus deixou ordenado pra nós : Amar a Deus sobre todas as coisas e amar o próximo como a si mesmo! Meus queridos, se não amamos o próximo, se não perdoamos nossos irmãos, não podemos amar a Deus! É pura hipocrisia! Por isso quero mais uma vez afirmar que eu amo e perdoo cada um daqueles que me acusaram, me julgaram e me condenaram porque eu pequei. Eu quero ir pro céu. Eu quero que todas as coisas cooperem para o meu bem, porque eu amo o meu próximo e por conseqüencia disso, amo a meu Deus que os criou.

A Palavra, nunca volta vazia como diz Isaías 55:11. Para mim, essa palavra na atual circunstância de minha vida foi uma coisa inédita. Para alguns pode não ser importante, contudo, desejo que essa palavra traga edificação para os que a lerem. É o que desejo em Cristo Jesus.  O homem, deitado sobre o leito, entre a multidão em Betesda não era em nada diferente de mim. Estava solitário. Cheirava mal, há dias sem banho, para muitos que não o conheciam, era um ser desprezível - como todos se sentem num corredor de pronto socorro de hospital público. Tinha dificuldades de ver além de sua enfermidade. Por toda vida se recusara a superar as limitações causadas pela deficiência, assim como eu fiz em relação ao meu pecado. Não tinha amigos, sua conversa girava sempre em torno de si mesmo e de como era miserável.
Ele queria atenção de todos e se frustrava, pois não conseguia e isso é justamente o que tenho vivido principalmente quando falo de Cristo para as pessoas.  Jesus sentiu compaixão dele, se abaixou para olhar bem nos seus olhos e o curou. Ele sequer sabia quem tinha feito tamanho milagre, qual o nome da pessoa , assim como eu também não sei quem é o médico que me operou naquele hospital.  Por mais apressado que tenha sido o encontro, pela grandeza de Jesus para com ele, o mínimo que poderia ter feito seria perguntar: Quem és? Mas não o fez. Por quê? Só enxergava a si mesmo. Achava-se um coitado, merecedor de pena e é exatamente isso o que acontecia comigo. Jesus disse "Levanta-te, toma tua cama e anda". As palavras de Jesus pretenderam despertar aquele homem para a vida. "Vamos, pare de se lamentar, saia do triste lugar em que se encontra".

As pessoas reagem diferentemente umas das outras em situações semelhantes. Vejamos um exemplo:  Em Cafarnaum, existia um paralítico. Também vivia em uma cama, só que, ao contrário do de Betesda, tinha muitos amigos. Sua alegria e maneira de encarar o problema motivavam as pessoas. Seus amigos fizeram verdadeiras "estripulias" para levá-lo até Jesus. Subiram com ele até o telhado da casa onde Jesus estava, e por entre as telhas desceram sua cama para que Jesus pudesse vê-lo. Havia uma multidão!  Foram muitas dificuldades! Mas ele não lamentava, pelo contrário, até sorria da situação. Lembram-se dessa passagem? Mas uma coisa é certa, para que se haja a cura, os pecados devem ser perdoados antes -  Lucas 5:20 diz “E vendo-lhes a fé, Jesus disse ao paralítico: Homem, os teus pecados te são perdoados". Seus amigos lhe proporcionaram a cura, No meu caso, foram muitos os que intercederam por mim, incluindo as nove mulheres que citei. O paralítico de Cafarnaum vivia além de suas limitações. O que marcara sua vida era justamente a superação. 


Como estamos reagindo aos problemas? Igual ao paralítico de Betesda ou ao de Cafarnaum?  A transformação do paralítico de Betesda tem que ser a minha transformação. Eu fui perdoado, remido e lavado pelo sangue do Cordeiro que tira o pecado do mundo. E por isso, eu fui curado, para que não peque mais. Aquele paralítico jamais foi o mesmo após seu encontro com o mestre Jesus. Em João 5:14 vemos que "Depois, Jesus encontrou-o no templo". O que ele fazia no templo? Procurava por Jesus. Agora, ele tinha vida social, propósitos, queria conhecer quem o curara.
“E aquele homem foi e anunciou aos judeus que Jesus era o que o curara” (João 5:15). Os judeus são aqueles que professam a mesma fé no Deus de Abraão, de Isaque, de Jacó – era pra eles que ele tinha que anunciar que Jesus o curara. E é assim que estou fazendo. Anunciando para aqueles que professam a mesma fé que eu professo!

O lamentador tornara-se agora, portador de boas novas! Quanta diferença! Queria que todos conhecessem o Mestre, se interessava pelas pessoas, que transformação!

Vinde a mim, disse Jesus.  Jesus veio para os de Betesda e os de Cafarnaum. Veio para todos, os cansados e oprimidos. Somente Ele é capaz de nos ver entre a multidão. Somente Ele sabe o que aflige cada alma. 
Não importa de que forma chegamos até Ele: Como adúlteros fracassados e solitários, cansados de desprezo, ou carregados por outros, Ele É O Mesmo e tudo que quer é lhe ver feliz. Não espere que Betesda vá até você, ela não irá. Escute a Jesus e com certeza o milagre chegará.

Eu só espero que esta mensagem alcance o coração de cada um de vocês como alcançou o meu. Muito prazer, eu sou Edilson, o ex-paralítico de Betesda, que esteve por quase um mês no hospital do Mandaqui. Orem por mim, para que eu permaneça debaixo da cobertura de nosso querido Papai. Deus os abençoe a todos.