terça-feira, 7 de fevereiro de 2012

A ALEGRIA DE VER MEUS FILHOS E MEUS NETOS

O que é que te faz mais feliz? Eu mesmo às vezes vejo-me fazendo esta pergunta a mim mesmo, deitado na minha rede, depois do almoço, olhando o céu de Mairiporã, de um azul indescritível, num dia quente de verão. O sentido de felicidade muda constantemente. Atualmente a minha pergunta é: o que queremos da vida? Queremos continuar trabalhando num ritmo alucinante, sendo sempre competitivo e pagando o alto preço de ter sucesso? Ou queremos apenas nos sentir feliz?

As perguntas me deixam meio atordoado e as respostas custam a sair, como se esse tipo de questionamento há muito venha me incomodando e eu, teimosamente, ponho-o de lado, como aquela visita ao médico que eu adio até ficar totalmente doente.

Sei que neste exato momento da minha vida profissional eu não estou realizando nada, mas sei que há poucos anos eu já realizei mais do que pretendia, talvez aí esteja o problema. Ter sucesso faz com que se tenha a sensação de que ele vai ficar para sempre, mas o sucesso exige que se abdique de muita coisa boa que a vida oferece, inclusive faz a gente esquecer que “não se vive para sempre”.

Eu amava a minha profissão, gostava do que fazia e realizava, mas depois que deixei de lado as coisas da empresa que durante mais de quatorze anos só consagrava para atividades que não glorificavam a Deus, tenho me perguntado insistentemente se eu estou vivendo a vida ou se devo sair correndo atrás dela.

Sempre fiz tudo correndo, quase nem via meus filhos, meus netos. Mas arranjava tempo para os falsos amigos e nunca arranjava tempo para mim mesmo. Hoje eu só aproveito minha linda casa em Mairiporã, que Deus me presenteou. Saio cedo, caminho, volto, tomo banho e caio no computador e no telefone à busca de clientes e empregos e nunca acho o resultado tão esperado. Hoje meus ganhos com minha atividade não chega à um salário mínimo. Mas pelo menos, quando deito na minha cama, eu durmo.  

Já não sou mais o mesmo. Tenho vontade de dormir até tarde. Fico com uma “inveja gospel” das pessoas que tem condições financeiras para ir à um "japonês" comer sashimi, ou para caminhar na beira da praia com as ondas batendo nos pés descalços, neste cálido sol de verão paulista.

Hoje  acordei resolvido a mudar a minha qualidade de vida. Talvez sejam meus hormônios enlouquecidos com a meia-idade, sei lá. Estou estranho. Não me sinto infeliz, mas estou inquieto interiormente, me preocupo com coisas que antes não faziam nenhuma diferença para mim…

Estou vivendo uma mutação!

Preciso encontrar o equilíbrio de me manter conectado ao mundo à minha volta, continuar vivendo e sentindo a alegria de acordar cada manhã com disposição para responder meus questionamentos. Tenho raízes firmadas em convicções que talvez já não sejam tão primordiais nesta nova proposta de vida que me faço agora.
Afinal, como posso pretender mudar a felicidade?

Deus me concedeu tantas dádivas! Tenho que passar o resto dos meus dias agradecendo meu amadurecimento no processo de viver, aceitando que minha maior mutação talvez seja entender que as dádivas não são todas de felicidade. Eu aceito isso como parte das constantes mudanças que me fazem sentir alegrias, tristezas, mágoas, dores e reconciliações.

Preciso de toda a minha coragem para não deixar sem respostas os insistentes por quês. Talvez esse seja o momento de romper com o atual, para viver intensamente, o que para muitas pessoas é o dia-a-dia.

Quero apenas minha casa com árvores frutíferas e a piscina. Quero ficar horas brincando com os meus netos, com meu cachorro, com meus verdadeiros amigos.

Quero cozinhar coisas gostosas e cheirosas, feitas pelas minhas mãos.

Quero ver o pôr-do-sol, acho que não o vejo há anos…

Não quero mais correr tanto atrás do sucesso.

Quero ser um sucesso para mim mesmo.

Hoje, eu te desafio a responder: o que é que faz você mais feliz?

Certamente, não é o que faço hoje que me deixa mais feliz, mas vocês vão ver como eu vou mudar toda a minha forma de encarar e viver o resto da minha vida.

Em breve, vamos nos encontrar por aí a qualquer momento. Vou estar bronzeado e cheio de uma nova alegria; sentindo a felicidade fluindo através do meu corpo, outro tipo de felicidade…

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