O que faz voce lembrar o termo “dois pombinhos apaixonados”? Lembra um casal de namorados, um casal de noivos ou, no máximo, um casal de recém-casados, não é mesmo?
Mas agora me responda: Por que voce começou a namorar, ou ficar noivo ou por que voce casou? A resposta mais comum é ... porque estava apaixonado.
Mas por que responder assim? Será que temos de usar o verbo no passado, “estávamos”? Não dá para usar o tempo presente: ESTAMOS apaixonados? Nòs noivamos ou casamos, porque somos apaixonados?
Talvez voce me diga : "Dá nada, Edilson! A paixão existia mais pela dificuldade de se encontrar, os passeios, aquele gostinho de proibido e de “quero mais”. Tirando umas briguinhas, aqui e ali, só coisa boa. E mesmo depois das briguinhas era tão gostoso que quase valia a pena brigar. Ah, como era bom, tudo meio cor-de rosa! Mas depois que casa, tudo isso se acaba. Vêm as dificuldades, o desgaste da rotina, os defeitos ficam mais expostos, chegam os filhos. Tudo no casamento só tende a desgastar. Aquelas fantasias de príncipe e princesa, os sonhos dourados, tudo isso ficou para trás. No melhor das hipóteses, fica um amor mais maduro, um vínculo de companheirismo. Mas paixão mesmo, nem pensar!"
Peço licença para discordar radicalmente desse ponto de vista. Acho que qualquer casal, até anciãos com 50 ou 60 anos de casado, pode perfeitamente continuar apaixonado. Eu conheci minha mulher em 1997, minha linda Jo, a delicia dos meus olhos de que fala a Bíblia em Ezequiel 24, e continuo me apaixonando por ela até hoje.
Existem algumas CARACTERÍSTICAS da paixão, que APARENTEMENTE pertencem apenas à época do namoro e perderam o sentido depois do casamento.
Primeiramente, a questão da NOVIDADE, de haver descoberto uma pessoa tão espetacular e cada dia conhecê-la um pouco mais. Em segundo lugar, a POSSIBILIDADE DE PERDÊ-LA para outro, já que o namoro é meio experimental. Só que eu não diria que esses dois fatores desapareceram, apenas mudaram:
Primeiro a NOVIDADE: Sempre haverá o que conhecer do outro, especialmente porque as pessoas e as situações mudam. Eu nunca vi a Jo com a barriguinha crescendo, porque eu sou vasectomizado! E, anos depois, vejo a alegria que as crianças dão à ela, onde quer que andemos, ela conquista os jovens tão rapidamente quanto me conquistou há mais de dez anos atrás. Até recentemente, eu nunca havia visto a alegria dela com meu netinho nos braços, ou na foto do desk top. As novidades sempre estarão presentes.
Quanto à POSSIBILIDADE DE PERDER, embora diferente do namoro, existe, sim a possibilidade. Nenhum marido deve considerar sua mulher eternamente conquistada. E vice-versa. A conquista é diária, nunca pára. Tem um ditado popular muito bonito que diz que o verdadeiro homem não é o que conquista uma mulher por dia, o que não é dificil nos dias de hoje, né mesmo, irmãos, mas sim, aquele que conquista a mesma mulher todos os dias. Isso sim é muito difícil.
A Jo que eu tenho de conquistar hoje é muito diferente da Jo que eu conquistei quando ela tinha vinte e poucos anos! Ou seja, esses dois elementos típicos do namoro (novidade e possibilidade de perder) é que ajudaram a manter acesa a chama da paixão, mas eles ainda existem e sempre existirão no casamento.
Além desses, há outros dois fatores que existem no namoro e deveriam continuar casamento à dentro, para dar continuidade à paixão: Primeiro - Atração pela pessoa do outro - De maneira geral, ninguém muda de personalidade depois de casar. Se a pessoa lhe atraiu antes, por que não continuar atraindo depois? Quanto às mudanças inerentes ao amadurecimento e mudanças de circunstâncias, isso pode ser absorvido e complementado com amor mais maduro, muito diálogo e compreensão mútua. Segundo - Atração sexual - Se atraía antes, por que não atrai mais? Quanto ao envelhecimento físico, pode ser compensado com um relacionamento sexual maduro e tranqüilo, em que ambos já se conhecem muito bem, os ajustes já foram feitos.
Agora, duas novas características que surgem no casamento e deveriam continuar para alimentar a paixão. Será que voce sabe? Primeiro, o costume de estar perto do outro. Por que não dizer o VÍCIO? Aliás, um vício muito virtuoso. É saudável o marido ser viciado na mulher, dependente dela, sentir falta dela como o fumante do cigarro e o alcoólatra do álcool. E vice-versa! E em segundo lugar, os alvos em comum. Cada alvo alcançado é uma alegria para os dois. Por outro lado, os momentos de tristeza também são comuns aos dois. O fato de você ter uma pessoa ao seu lado que, via de regra, está com os mesmos objetivos seus, deve contribuir para unir esses dois. Claro que isso é benéfico para a paixão.
Procurei racionalizar a questão da paixão em um casamento, argumentando, com alguma lógica, que é razoável um casal estar apaixonado, mesmo com muito tempo de casado. Mas, seja como for, com ou sem lógica, é tão bom estar, ou melhor, CONTINUAR apaixonado pela mulher, ou pelo marido. E considero um presente de Cristo eu poder continuar dizendo isso, desde quando eu e Jo nos conhecemos.
Graças a Deus por cada um que está lendo esta mensagem aqui, que pode dizer que continua apaixonado pelo cônjuge, independentemente do tempo de casado. E se você não pode, procure meditar sobre o assunto, quer dizer, sobre o PROBLEMA. Examine os pontos que comentei e veja se detecta algum ponto fraco. Esforce-se para melhorar e peça ajuda a Deus. Ele está sempre pronto para aperfeiçoar relacionamentos, especialmente o casamento, e mais intimamente, o seu casamento!
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